Está em pré-venda o livro “Teoria Sociológica Para Além do Cânone“, de Syed Farid Alatas e Vineeta Sinha. Luna Campos (Labgen/UFF) assina a contracapa:

“Neste livro, Syed F. Alatas e Vineeta Sinha, professores da Universidade Nacional de Singapura, vão além das críticas ao etnocentrismo e ao androcentrismo do cânone sociológico. Dando um passo adiante, incluem no ensino de sociologia clássica a contribuição de fontes não ocidentais e de vozes femininas. O objetivo é deslocar a narrativa de surgimento da sociologia para considerar como as transformações sociais em curso naquele momento foram experimentadas em contextos não europeus. No entanto, a ideia não é excluir autores como Marx, Weber e Durkheim dos currículos acadêmicos. Pelo contrário, argumenta-se em favor de uma nova forma de ler os clássicos que incorpore preocupações teóricas com o eurocentrismo, o sexismo e o colonialismo. Os capítulos apresentam autoras e autores de diferentes contextos culturais e geográficos, como o norte da África, o sul da Ásia e a Europa ocidental. Dessa forma, o livro inova ao trazer para o núcleo teórico da sociologia discussões sobre a modernidade vivida por sujeitos sociais distintos, impulsionando o surgimento de sociologias alternativas e propondo um diálogo criativo entre elas”.

Luna Ribeiro Campos, professora de Sociologia no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ). Mestra em Sociologia e Antropologia pelo PPGSA-UFRJ e doutoranda em Ciências Sociais na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no Núcleo de Estudos de Gênero Pagu. É integrante do Laboratório de Estudos de Gênero e Interseccionalidade (Labgen/UFF) e do grupo de pesquisa Mulheres de letras: escritoras dos séculos XIX e XX, Brasil, Europa e África (Unicamp).

A Universidade Federal do Paraná divulgou a lista de obras cobradas no Vestibular 2024. O livro “Pioneiras da Sociologia: mulheres intelectuais nos séculos XVIII e XIX”, organizado pelas pesquisadoras Verônica Toste Daflon e Luna Ribeiro Campos do LabGen-UFF, está incluído entre as publicações de Sociologia. O livro foi está disponível gratuitamente no site da Editora da UFF. Na seção “Mulheres na Teoria” do nosso site, os candidatos podem encontrar videoaulas das autoras que contribuíram para o volume.

Está disponível no repositório da UFF a dissertação de mestrado de Leonardo Fernandes Hirakawa “Desvendando a cor padrão: o viés racial na seleção do suspeito na Operação Segurança Presente“. Trata-se de extenso trabalho de pesquisa quali-quantitativa desenvolvida por Leonardo na OSP do Recreio dos Bandeirantes, com o objetivo de elucidar mecanismos que levam à super-representação de pessoas pretas e pardas entre os abordados pela polícia. Do resumo do trabalho:

“O presente trabalho dialoga com a sociologia das organizações para compreender como ocorre a construção social cotidiana da raça e do racismo na atividade policial, como se define um “suspeito” e quais são os incentivos e coerções organizacionais e comunitárias que constrangem a ação do policial. Para tal fim, realiza pesquisa quali-quantitativa na Operação Segurança Presente (OSP) do bairro carioca do Recreio dos Bandeirantes, utilizando a pesquisa documental, etnografia, entrevistas e análise de dados quantitativos. Busca-se entender como o viés racial está relacionado à racionalização burocrática do serviço policial, sobretudo o uso de métricas e indicadores de eficiência ligados à quantidade de abordagens realizadas e arranjos de trabalho extraoficiais utilizados para aumentar a produtividade do policial. A pesquisa constata também a participação ativa da população residente no bairro do Recreio e da administração da OSP na construção social do suspeito, indicando mecanismos relacionais de racialização que vão além das atitudes individuais do policial. Finalmente, discute como a privatização do serviço público de polícia rompe com preceitos de universalidade da segurança, conduzindo à rotulagem em massa de pessoas pretas e pardas.”

A pesquisa também foi apresentada no 46º Encontro Anual da Anpocs e o artigo está disponível para download no site do encontro.

A Revista Sociologias publicou o dossiê “Mulheres na Teoria Social”. Organizado pelas profas. Verônica Toste Daflon e Mariana Miggliolaro Chaguri, o dossiê traz contribuições de pesquisadoras do Brasil, Argentina e Estados Unidos e convida os leitores a reavaliar os cânones das ciências sociais e a repensar criticamente seu processo de construção. A edição traz também o artigo de Luna Ribeiro Campos e Verônica Toste Daflon “Harriet Martineau: circulação e influência no debate público na primeira metade do século XIX”, que apresenta e discute a recepção das obras “Sociedade na América” (1837) e “Como Observar a Moral e os Costumes” (1838) na Inglaterra e Estados Unidos, através da análise das resenhas publicadas na imprensa na época. Confira o dossiê no site da revista.

A pesquisadora do LabGen e aluna do PPGSA-UFRJ Ana Clara Matias Rocha apresentou hoje o trabalho “Gender, science and ‘organizational housekeeping’: evidence from a public university in Brazil” no ICOS 2022 – International Conference on Organizational Sociology em Trondheim, Noruega. O seminário é organizado pelo comitê de pesquisa da ISA em Sociologia das Organizações. Ana Clara é orientada pelo professor Flávio Carvalhaes (PPGSA-UFRJ) e coorientada pela professora Verônica Toste (PPGS-UFF), coautora do paper. Sua pesquisa começou na forma de iniciação científica, na Universidade Federal Fluminense, em 2020 e teve financiamento da FAPERJ.

A pesquisadora do LabGen e aluna do PPGSA-UFRJ Ana Clara Matias Rocha apresentará um trabalho derivado de sua dissertação de mestrado no ICOS 2022 – International Conference on Organizational Sociology em Trondheim, Noruega. O seminário é organizado pelo comitê de pesquisa da ISA em Sociologia das Organizações. Ana Clara é orientada pelo professor Flávio Carvalhaes (PPGSA-UFRJ) e coorientada pela professora Verônica Toste (PPGS-UFF), coautora do paper.

A pesquisa investiga como a pandemia afetou padrões já desiguais de distribuição do trabalho entre docentes homens e mulheres na Universidade Federal Fluminense a partir de uma grande base de dados quantitativos. Dados de 2019 mostraram disparidades entre docentes homens e mulheres quanto à realização de tarefas: em média, mulheres orientam mais monografias, iniciação científica e à docência. Elas também participam mais de atividades de organização do cotidiano como comissões, coordenação de graduação, monitoria, extensão e eventos.

Docentes homens, por outro lado, são a maioria dos detentores de bolsas de pesquisa e nos cargos de mais prestígio na universidade, realizando tarefas com mais retorno material e simbólico e dispondo de mais tempo para publicação e captação de recursos. Nesse paper, indaga-se se tal distribuição foi afetada pela pandemia, comparando os dados de 2019 e 2020. Quando mensuradas as diferentes formas de trabalho, constatamos o mesmo cenário de queda de produtividade feminina registrado em outros estudos? Como se distribuíram as tarefas durante o período, sobretudo diante da reorganização das rotinas de trabalho provocada pela suspensão das atividades presenciais?

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