A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) está realizando, até o próximo dia 26 (sexta-feira), o Seminário Temático Anpocs “Mulheres na Teoria Social I”, organizado pelas sociólogas Mariana Chaguri e Verônica Toste. O evento está sendo realizado em parceria com o Laboratório de Estudos de Gênero e Interseccionalidade (LabGen) e o Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e está sendo transmitido por meio do canal do YouTube da Anpocs. O presidente da entidade, André Botelho, ressaltou que o curso de extensão é o primeiro do gênero no país. “Esse curso é uma iniciativa pioneira no Brasil, abordando o papel das mulheres e as obras dessas intelectuais pioneiras das Ciências Sociais”, disse Botelho, enfatizando que a primeira sessão, realizada na última segunda-feira (15), foi um sucesso com mais de 400 inscritos. Leia a matéria completa no site do Real Time 1.

A ideia de um “matriarcado” original e pré-histórico anima a imaginação e está na base de várias teorias feministas, desde os anos 1970 até a atualidade. No centro dessa ideia residem idealizações da maternidade, estereótipos e a atribuição de características positivas supostamente essenciais e inatas às mulheres. Sua sustentação em círculos não-acadêmicos tem dependido também da rejeição a abordagens críticas de evidências científicas em favor da intuição e da crença. No artigo “Pequeno histórico do ‘matriarcado’ como hipótese para a interpretação da história”, recém-publicado por Lolita Guerra, professora da Uerj e pesquisadora do LabGen e do CCCP-PréK, retraça as aparições dessa hipótese na literatura desde sua formulação pelo classicista Johann Bachofen no século XIX até a sua transformação no século XX, discutindo seus problemas teóricos e metodológicos.

“Ao longo de sua história na modernidade, a hipótese do matriarcado pré-histórico combinou três operações de identificação hoje inaceitáveis: entre mito e história; entre sociedades pré-históricas e sociedades modernas ágrafas e não-europeias; entre status religioso (no mito, no culto) e status político e econômico. Apesar das transformações disciplinares que hoje impedem identificações como essas, por dentro e às margens das ciências humanas o matriarcado pré-histórico se constituiu como um paraíso perdido das mulheres, cuja memória teria sido ocultada pelo patriarcado graças ao monopólio masculino da escrita da História”.

Acesse o artigo completo na revista Mare Nostrum.

O Seminário Temático Mulheres na Teoria Social (LabGen/PPGS/UFF & ANPOCS) tem como objetivo apresentar ao público de docentes, discentes e pesquisadores a produção de sociólogas do século XIX, num esforço de reavaliação da disciplina e de rediscussão de alguns dos fundamentos das ciências sociais a partir das contribuições do que hoje entendemos como uma perspectiva de gênero. Nas duas semanas de seminário, diferentes pesquisadoras se debruçarão sobre as obras de seis autoras do contexto europeu e afro-americano em busca de recolocá-las em diálogo com o cânone sociológico pela demonstração dos seus méritos teóricos e dos benefícios pedagógicos de ensina-las nos cursos de ciências sociais.

15/03, 17h – Harriet Martineau (Inglaterra) – Veronica Toste Daflon (UFF)
17/03, 17h – Marianne Weber (Alemanha) – Giulle da Matta (UFOP)
19/03, 17h – Flora Tristan (França e Peru) – Luna Campos (CEFET/Unicamp)
22/03, 17h – Beatrice Potter Webb (Inglaterra) – Eliana Debia (UNTDF)
24/03, 17h – Ida B Wells (Estados Unidos) – Cinthia Marques (Unicamp)
26/03, 17h – Olympe de Gouges (França) – Raquel Simas (CPII)

Onde? O seminário será transmitido ao vivo no canal da ANPOCS: https://www.youtube.com/user/anpocs

Essa é uma ação de extensão. Caso queira receber certificado de participação de 12h, faça sua inscrição em: http://www.extensao.uff.br/inscricao/

A pesquisadora do grupo de pesquisa Economia Política da Comunicação e da Cultura (EPCC), da Fundação Casa de Rui Barbosa, estudante da UFF e integrante do LabGen, Danielle Furlani acaba de publicar o capítulo “Cultura digital e mulher: o antifeminismo nas redes” no livro “Panorama reflexivo da Cultura e da Comunicação”. Baixe o livro clicando aqui.

“Essas redescobertas contribuem para uma narrativa mais plural sobre os primórdios da sociologia, mas não se limitam a isso. Ao refletirem a partir de uma perspectiva feminina, essas autoras questionaram pressupostos universalistas e sinalizaram que a produção do conhecimento é influenciada por categorias como gênero, classe e raça. O que está em jogo, portanto, não é apenas a história da sociologia, mas o próprio campo da teoria sociológica e os fundamentos para a interpretação da modernidade”. A pesquisadora do LabGen, Luna Ribeiro Campos, contribuiu para o Nexo Jornal com o artigo “5 livros para conhecer as mulheres pioneiras da sociologia”. Confira a matéria no site do jornal.

Estamos no mês da consciência negra. A questão do racismo, da desigualdade racial é extremamente grave, complexa e central para a sociedade brasileira e para toda a comunidade acadêmica. Por isso, o Grupo de Trabalho Mulheres na Ciência organizou um evento com a profº Dra. Isabel Cruz a fim de ouvi-la a respeito desse assunto tão fundamental. A profª Isabel Cruz é professora titular da UFF e coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Saúde e Etnia Negra. A mediação é da profª Verônica Toste, do GSO-UFF. O vídeo está disponível no canal do GT no YouTube.

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