

A aula pública da disciplina Sociologia I da Escola de Ciências Sociais (FGV – CPDOC), convida duas pesquisadoras a apresentar o livro recém-lançado “Clássicas do pensamento social”, que aborda oito pensadoras mulheres, oriundas de diversos países, cujas obras são quase desconhecidas nas ciências sociais brasileiras: a russa Alexandra Kollontai, a argentina Alfonsina Storni, as estadunidenses Ana Júlia Cooper e Charlotte Perkins Gilman, a brasileira Ercília Nogueira Cobra, a inglesa Harriet Martineau, a indiana Pandita Ramabai Sarasvati e a sul-africana Olive Schreiner. Trata-se de levantar o debate sobre um conjunto de autoras capazes de colocar em questão a formação do cânone nas Ciências Sociais, contribuindo para repensar o lugar das mulheres na produção teórica e intelectual da Sociologia, no Brasil e no mundo. Inscreva-se em bit.ly/2tvEWr9

Live de lançamento: a livraria Gato sem Rabo vai receber as autoras de “Clássicas do pensamento social” na próxima quarta-feira, dia 07 de julho, às 19h, no seu canal no Youtube. Veja a descrição completa do evento:
Iremos nos debruçar sobre o livro lançado pela Rosa dos Tempos @editorarosadostempos – selo feminista fundado em 1990 pela escritora Rose Marie Muraro e a atriz Ruth Escobar – “Clássicas do pensamento social: Mulheres e feminismos no século XIX”. Entre os séculos XVIII e XX, em contextos metropolitanos e coloniais, várias mulheres, confrontadas com diferentes formas de organização das relações sociais, produziram críticas, teorias e projeções para lidar com os movimentos de mudança histórica. As convidadas são as organizadoras desta importante pesquisa, Verônica Toste Daflon e Bila Sorj, com mediação da editora Livia Vianna. Na apresentação, vamos viajar pela Índia, Brasil, África do Sul, Rússia, Estados Unidos, Inglaterra e Argentina do século XIX para conhecer um pouco da vida e da obra de autoras que refletiram sobre as questões do seu tempo, devotando especial atenção à condição feminina. Harriet Martineau, Anna Julia Cooper, Pandita Ramabai Sarasvati, Charlotte Perkins Gilman, Olive Schreiner, Alexandra Kollontai, Ercília Nogueira Cobra e Alfonsina Storni foram pioneiras ao conectar o que hoje entendemos como questões de gênero às estruturas sociais. Este recorte que faremos nesta conversa permite não apenas questionar a pouca atenção que os clássicos da sociologia consagraram a este tema, mas também os próprios estudos feminista e de gênero que emergiram na academia a partir dos anos 1970, e que, em geral, desconheceram as contribuições destas autoras.

Clássicas do pensamento social responde, em primeiro lugar, a uma necessidade histórica: recuperar para o cânone das ciências sociais as ideias, a visão crítica e as elaborações teóricas de mulheres que não entraram para a história do pensamento social, cuja bibliografia, como acontece em tantas outras áreas de saber, é formada apenas por homens. Em provocação (e certa ironia), as organizadoras Verônica Toste Daflon e Bila Sorj tecem comentários e, ao mesmo tempo, questionam o que define um “clássico”, retirando da marginalidade mulheres cientistas sociais ainda hoje muito relevantes.
As autoras aqui retomadas – Harriet Martineau, Anna Julia Cooper, Pandita Ramabai Sarasvati, Charlotte Perkins Gilman, Olive Schreiner, Alexandra Kollontai, Ercília Nogueira Cobra e Alfonsina Storni – viveram entre o final do século XIX e o início do século XX. São autoras oriundas de diferentes contextos e que teorizaram sobre a questão da mulher, oferendo um panorama rico de teorias sociólogicas sobre a modernidade. Disponível em capa dura e e-book no site da Amazon.com.

A pesquisadora do LabGen Anna Barbara Araujo acaba de publicar, em coautoria com Bila Sorj, o artigo “A mulher na sociedade de classes: um clássico dos estudos de gênero” na Revista Estudos Feministas. O artigo discute a recepção da obra de Heleieth Saffioti, com ênfase no livro A mulher na sociedade de classes: mito e realidade, nas Ciências Sociais e Humanas brasileiras ao longo das últimas cinco décadas. O objetivo do artigo é mostrar como a circulação dos escritos de Saffioti se manteve irregular e como dialoga com a área de estudos de gênero e feminista no país. Para tal, é realizada uma análise bibliométrica das citações à autora, bem como são investigadas as dinâmicas de formação e consolidação do campo dos estudos de gênero no Brasil. Confira o artigo na página da Revistas Estudos Feministas no Scielo.
“Por que falar do matriarcado pré-histórico? Reflexões sobre uma invenção oitocentista”. A professora dra. Lolita Guerra participou do I CICLO DE SEMINÁRIOS MESSALINAS, promovido pelo “Messalinas USP, Grupo de Estudos sobre Gênero e Sexualidade na Antiguidade”. Docente da Faculdade de Formação de Professores da UERJ, a Profa. Dra Lolita Guerra desenvolve pesquisas explorando o diálogo entre a História Antiga, a História das Religiões, a História Cultural, a Filosofia, a Antropologia e a Arqueologia. Atualmente investiga os discursos constituídos desde o século XIX sobre a Pré-História, sob uma perspectiva de gênero. Em sua apresentação em nosso seminário, a Profa. Dra. Lolita Guerra discute sobre a importância do debate acerca do matriarcado pré-histórico no ensino de História. A palestra está disponível no canal do Youtube do Messalinas.
As pesquisadoras do LabGen Verônica Toste Daflon e Débora Thomé Costa acabam de publicar, em coautoria com Felipe Borba, o artigo “Gênero, feminismo e geração: uma análise dos perfis e opiniões das mulheres manifestantes no Rio de Janeiro” nos Cadernos PAGU (Unicamp). O artigo aborda perfis e opiniões de mulheres presentes na manifestação do 8 de Março de 2017 no Rio de Janeiro, sondados através de uma pesquisa de survey. A análise dos dados revelou que as variáveis cor, renda, escolaridade e orientação sexual não afetaram significativamente a opinião das entrevistadas. O que se mostrou relevante foram as diferenças por idade. Os dados apontaram também transformações na composição racial, etária e socioeconômica das feministas. A partir desses achados, investigamos a relação entre gênero, feminismo e geração no que toca estratégias e repertórios de mobilização, identidade, gênero, corpo, subjetividade, sexualidade, cultura e política. Confira o artigo na página da revista no Scielo.
