O LabGen e o PPGS-UFF convidam toda a comunidade para a defesa da dissertação de Bruna Raposo Tavares intitulada “Trajetórias, reonhecimento e discursos sobre gênero e raça na arte contemporânea: uma análise das artistas brasileiras Jota Mombaça, Musa Michelle Mattiuzzi e Pêdra Costa”. A banca será composta pelos professores Verônica Toste (Orientadora), Jorge de La Barre (PPGS-UFF) e Guilherme Marcondes dos Santos (PPGSA-UFRJ). A defesa será feita presencialmente, no dia 19 de fevereiro, às 16h. O local é a Sala do PPGS, que fica na UFF Campus Gragoatá, bloco O, 3º andar.

Resumo: A arte contemporânea está passando por uma mudança e uma crescente politização, representada por alguns pesquisadores como uma “virada decolonial”. Em vista dessa mudança, o objetivo desta pesquisa é examinar como os valores e regras do mundo da arte se relacionam com as trajetórias e os discursos de três artistas brasileiras contemporâneas: Jota Mombaça, Musa Michelle Mattiuzzi e Pêdra Costa. As três se identificam como pessoas racializadas, dissidentes de gênero e estão em ascensão no campo artístico. Elas compartilham o uso de teorias decoloniais em suas práticas artísticas, introduzindo inovação em um cenário dominado por homens brancos da Europa e dos Estados Unidos. A metodologia da pesquisa consiste na reconstrução das trajetórias das artistas no site Timewebs, abastecido com dados de plataformas virtuais, e na análise de discurso com o apoio do software QDA Miner 6, que auxiliou na codificação dos textos produzidos pelas três artistas. Além disso, a pesquisa analisa algumas de suas obras com base em categorias ligadas aos valores da arte contemporânea.

A análise dos dados mostrou que as artistas estão em sintonia com os valores da arte contemporânea e têm alcançado sucesso ao se adaptarem e também desafiarem criativamente as regras do mundo da arte. Elas atendem aos requisitos formais e institucionais para a construção da carreira de artista contemporâneo e em seus discursos são evidentes as conexões que fazem com as regras e os valores desse mundo. As três artistas combinam política e arte, fundamentando suas declarações e escolhas estéticas nas teorias decolonial e queer. Elas demonstram consciência dos paradoxos que envolvem o interesse da arte pela sua marginalidade e reagem a esse interesse em seus textos e performances. A tensão entre inclusão e exclusão acaba por modelar suas práticas artísticas, a forma como questionam frequentemente as próprias autoridades artísticas e acadêmicas e suas estratégias para deixar o nicho em que foram alocadas.

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